1° de Maio: Dia de reconstruir, fortalecer e avançar
- segunda-feira, 1 de maio de 2023.
Nesta segunda-feira, 1° de Maio, apesar dos eventos que trazem um momento de descontração para as trabalhadoras e trabalhadores de todo o Brasil, o real significado da data não pode ser esquecido, principalmente diante dos desmontes que a classe trabalhadora sofreu nos últimos anos e de tudo aquilo que precisamos reconstruir e avançar.
Historicamente falando, a origem da data está vinculada a luta da classe operária pela redução da jornada de trabalho. Durante todo o século XIX e início do século XX, a jornada de trabalho diária variava entre 12 e 16 horas, e ainda sem direito a descanso remunerado, sem direito a férias, aposentadoria, seguro acidente ou seguro doença. Sob a inspiração de Karl Marx, com o surgimento da Associação Internacional dos Trabalhadores (1864), a redução da jornada de trabalho (para 8h diárias) tornou-se a principal bandeira da classe operária mundial.
No ano de 1886, trabalhadores norte-americanos organizaram uma grande greve geral marcada para o dia 1° de maio de 1886. A greve iniciou na data marcada e contou com a adesão de cerca de 240 mil trabalhadores, atingindo mais de cinco mil fábricas. Apesar de em muitos lugares os patrões cederam, reduzindo a jornada de trabalho, em Chicago, que era a segunda maior cidade dos EUA, aconteceu um grande confronto.
Dias antes do início da greve a grande imprensa (que estava ao lado dos patrões) veiculava matérias contra os trabalhadores, e entre elas uma que continha a seguinte informação: "A prisão e o trabalho forçado, são a única solução para a questão social, o melhor alimento para os grevistas será o chumbo".
Foi neste cenário que a greve atingiu grandes proporções em Chicago, sendo realizados grandes atos de rua, e com eles os confrontos. No dia 4 de maio, trabalhadores foram atacados com violência pela polícia, resultando em dezenas de mortos e feridos. Com a declaração de estado de sítio, os sindicatos foram fechados e milhares de operários presos pelo crime de defenderem oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de estudo.
Além da repressão violenta, os patrões exigiram o julgamento e a condenação dos líderes do movimento. Diante de uma farsa jurídica, sete lideranças grevistas (na sua maioria anarquistas) foram condenados à morte (por enforcamento) e um deles teve como sentença 15 anos de prisão. Posteriormente, dois daqueles que tinham sido condenados a morte, tiveram a pena modificada para prisão perpétua. Em 1887 as execuções foram feitas e um quinto condenado foi encontrado morto na sua cela.
Seis anos após a condenação dos líderes grevistas o processo foi anulado por conta da comprovação de várias irregularidades, e os três homens que ainda estavam vivos foram libertados.
Em protestos na mesma data (1º de Maio), no ano de 1891, dez manifestantes foram mortos em Paris, e durante a II Internacional Socialista (1981) foi provado no Congresso de Bruxelas que a data seria marcada como o dia de afirmação da luta de classes e reivindicações trabalhistas.
Importante destacar que a França aprovou o turno de oito horas e decretou feriado no 1º de Maio em 1919. A medida foi seguida por outros países, porém, os Estados Unidos não reconhecem a data até hoje, no entanto reduziram a jornada para oito horas em 1890.
Na tentativa de tirar o caráter de luta que a data traz, em todo o mundo (com suporte e apoio daqueles que não querem que as trabalhadoras e trabalhadoras tenham seus direitos garantidos e avancem em suas conquistas) foi feito um movimento de desmobilização, inclusive nomeando a data como "Dia do Trabalho" e focando apenas nas festividades.
Nos últimos anos, sindicatos, partidos de esquerda e organizações de trabalhadoras e trabalhadores executam um movimento contrário para que o 1° de Maio, Dia da Trabalhadora e do Trabalhador, tenha o peso e a importância que faz justiça a sua origem.
Assessoria SindJustiçaRN
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Historicamente falando, a origem da data está vinculada a luta da classe operária pela redução da jornada de trabalho. Durante todo o século XIX e início do século XX, a jornada de trabalho diária variava entre 12 e 16 horas, e ainda sem direito a descanso remunerado, sem direito a férias, aposentadoria, seguro acidente ou seguro doença. Sob a inspiração de Karl Marx, com o surgimento da Associação Internacional dos Trabalhadores (1864), a redução da jornada de trabalho (para 8h diárias) tornou-se a principal bandeira da classe operária mundial.
No ano de 1886, trabalhadores norte-americanos organizaram uma grande greve geral marcada para o dia 1° de maio de 1886. A greve iniciou na data marcada e contou com a adesão de cerca de 240 mil trabalhadores, atingindo mais de cinco mil fábricas. Apesar de em muitos lugares os patrões cederam, reduzindo a jornada de trabalho, em Chicago, que era a segunda maior cidade dos EUA, aconteceu um grande confronto.
Dias antes do início da greve a grande imprensa (que estava ao lado dos patrões) veiculava matérias contra os trabalhadores, e entre elas uma que continha a seguinte informação: "A prisão e o trabalho forçado, são a única solução para a questão social, o melhor alimento para os grevistas será o chumbo".
Foi neste cenário que a greve atingiu grandes proporções em Chicago, sendo realizados grandes atos de rua, e com eles os confrontos. No dia 4 de maio, trabalhadores foram atacados com violência pela polícia, resultando em dezenas de mortos e feridos. Com a declaração de estado de sítio, os sindicatos foram fechados e milhares de operários presos pelo crime de defenderem oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de estudo.
Além da repressão violenta, os patrões exigiram o julgamento e a condenação dos líderes do movimento. Diante de uma farsa jurídica, sete lideranças grevistas (na sua maioria anarquistas) foram condenados à morte (por enforcamento) e um deles teve como sentença 15 anos de prisão. Posteriormente, dois daqueles que tinham sido condenados a morte, tiveram a pena modificada para prisão perpétua. Em 1887 as execuções foram feitas e um quinto condenado foi encontrado morto na sua cela.
Seis anos após a condenação dos líderes grevistas o processo foi anulado por conta da comprovação de várias irregularidades, e os três homens que ainda estavam vivos foram libertados.
Em protestos na mesma data (1º de Maio), no ano de 1891, dez manifestantes foram mortos em Paris, e durante a II Internacional Socialista (1981) foi provado no Congresso de Bruxelas que a data seria marcada como o dia de afirmação da luta de classes e reivindicações trabalhistas.
Importante destacar que a França aprovou o turno de oito horas e decretou feriado no 1º de Maio em 1919. A medida foi seguida por outros países, porém, os Estados Unidos não reconhecem a data até hoje, no entanto reduziram a jornada para oito horas em 1890.
Na tentativa de tirar o caráter de luta que a data traz, em todo o mundo (com suporte e apoio daqueles que não querem que as trabalhadoras e trabalhadoras tenham seus direitos garantidos e avancem em suas conquistas) foi feito um movimento de desmobilização, inclusive nomeando a data como "Dia do Trabalho" e focando apenas nas festividades.
Nos últimos anos, sindicatos, partidos de esquerda e organizações de trabalhadoras e trabalhadores executam um movimento contrário para que o 1° de Maio, Dia da Trabalhadora e do Trabalhador, tenha o peso e a importância que faz justiça a sua origem.
Assessoria SindJustiçaRN
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