Parte I - O sindicalismo no Brasil: das Uniões Operárias e dos sindicalistas amarelos
- quarta-feira, 5 de julho de 2023.
Dando continuidade na nossa série que trata sobre a história do sindicalismo, no texto de hoje vamos conhecer um pouco sobre como essa importante "ferramenta" nasceu no Brasil e como, até hoje, se movimenta para melhorar a vida das trabalhadoras e trabalhadores. Importante destacar que essa é a PARTE I, e que na sequência teremos a sua continuação.
Quando falamos sobre o surgimento do sindicalismo no Brasil, também estamos falando das transformações econômicas que, aos poucos, mudava o eixo de uma economia agrário-exportadora cafeeira para um centro urbano e industrial. Destacando que isso ocorreu a partir dos últimos anos do século XIX.
As primeiras formas de organização foram às sociedades de auxílio mútuo e de socorro, logo em seguida surgem as Uniões Operárias, que passaram a se organizar por ramos de atividade. No ano de 1858 temos a primeira greve, a dos tipógrafos do Rio de Janeiro, e estes se rebelaram contra as injustiças patronais reivindicando melhorias salariais. Tendo sido vitoriosa, inaugurou-se a partir de então, as greves que se expandiram para as demais categorias.
Com as greves, começa a se aprimorar as formas de organizações da nascente classe operária naquele período, no ano de 1892 realizou-se o I Congresso Socialista Brasileiro, que tinha como objetivo a formação de um Partido Socialista, pois as ideias de Marx e Engels já se fazia presente por aqui. É nesse contexto que surgem os primeiros sindicatos, buscando conquistar os direitos fundamentais do trabalho.
Nas inúmeras manifestações grevistas estavam presentes as reivindicações por melhorias salariais e a redução da jornada de trabalho. Data de 1906 o primeiro congresso operário que desembocou na criação da Confederação Operária Brasileira (COB), onde participaram duas tendências distintas do movimento operário, a anarco-sindicalista, negando a importância da luta política e a criação de um partido político, e pregando a ação direta dentro das fábricas, via no sindicato o modelo ideal para criação da sociedade anarquista e, a outra tendência, a socialista reformista visando à criação de um partido da classe operária e utilizava-se da luta parlamentar para aos poucos reformar o sistema capitalista.
O governo entra na Disputa pelo controle do movimento sindical em 1912 quando foi realizado o congresso operário que teve como presidente honorário Hermes da Fonseca, então, presidente da república. O governo buscava implantar lideranças governistas nas organizações sindicais, que mesmo dirigindo categorias combativas não iam além das reivindicações imediatas sempre conciliando com o Estado sem abalá-lo, por esse motivo, foram denominados de "sindicalistas amarelo".
Do outro lado tínhamos os anarquistas com uma forte presença na luta operária do início do século, impulsionando as várias greves como a de 1917, que rapidamente passou de uma greve localizada de 2000 trabalhadores indo a 45000 e se espalhando por todo estado de São Paulo, transformando a capital paulista num verdadeiro teatro de guerra, sendo violentamente reprimida. Mas os anarquistas, não conseguiram avançar para além de conquistas imediatas, pois negavam a necessidade de controle do Estado, o que faziam com que fossem alvos da repressão.
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Acompanhe as nossas redes de comunicação para saber sobre a postagem da PARTE II desse texto.
Assessoria SindJustiçaRN
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Quando falamos sobre o surgimento do sindicalismo no Brasil, também estamos falando das transformações econômicas que, aos poucos, mudava o eixo de uma economia agrário-exportadora cafeeira para um centro urbano e industrial. Destacando que isso ocorreu a partir dos últimos anos do século XIX.
As primeiras formas de organização foram às sociedades de auxílio mútuo e de socorro, logo em seguida surgem as Uniões Operárias, que passaram a se organizar por ramos de atividade. No ano de 1858 temos a primeira greve, a dos tipógrafos do Rio de Janeiro, e estes se rebelaram contra as injustiças patronais reivindicando melhorias salariais. Tendo sido vitoriosa, inaugurou-se a partir de então, as greves que se expandiram para as demais categorias.
Com as greves, começa a se aprimorar as formas de organizações da nascente classe operária naquele período, no ano de 1892 realizou-se o I Congresso Socialista Brasileiro, que tinha como objetivo a formação de um Partido Socialista, pois as ideias de Marx e Engels já se fazia presente por aqui. É nesse contexto que surgem os primeiros sindicatos, buscando conquistar os direitos fundamentais do trabalho.
Nas inúmeras manifestações grevistas estavam presentes as reivindicações por melhorias salariais e a redução da jornada de trabalho. Data de 1906 o primeiro congresso operário que desembocou na criação da Confederação Operária Brasileira (COB), onde participaram duas tendências distintas do movimento operário, a anarco-sindicalista, negando a importância da luta política e a criação de um partido político, e pregando a ação direta dentro das fábricas, via no sindicato o modelo ideal para criação da sociedade anarquista e, a outra tendência, a socialista reformista visando à criação de um partido da classe operária e utilizava-se da luta parlamentar para aos poucos reformar o sistema capitalista.
O governo entra na Disputa pelo controle do movimento sindical em 1912 quando foi realizado o congresso operário que teve como presidente honorário Hermes da Fonseca, então, presidente da república. O governo buscava implantar lideranças governistas nas organizações sindicais, que mesmo dirigindo categorias combativas não iam além das reivindicações imediatas sempre conciliando com o Estado sem abalá-lo, por esse motivo, foram denominados de "sindicalistas amarelo".
Do outro lado tínhamos os anarquistas com uma forte presença na luta operária do início do século, impulsionando as várias greves como a de 1917, que rapidamente passou de uma greve localizada de 2000 trabalhadores indo a 45000 e se espalhando por todo estado de São Paulo, transformando a capital paulista num verdadeiro teatro de guerra, sendo violentamente reprimida. Mas os anarquistas, não conseguiram avançar para além de conquistas imediatas, pois negavam a necessidade de controle do Estado, o que faziam com que fossem alvos da repressão.
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Assessoria SindJustiçaRN
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